NO CAMINHO DE VOLTA...

Quero lhes contar uma história:
Existia um jovem que morava a beira de um lindo lago, numa cabana simples. Com ele morava seus pais e seu irmão mais velho. Também uma criação de inúmeros bichos. O sol nascia entre as montanhas num belo espetáculo, os pássaros compunham a melodia do amanhecer, a paz reinava. Viviam na fartura, leite, carne, verduras, frutas, raízes e outros.
O jovem sempre ouvira falar da cidade desde criança, então percebendo mais idade sentiu vontade de conhecer a cidade e suas novidades. Seu pai dizia que era bom conhecer coisas novas para amadurecer, adquirir experiência em outras áreas que não fosse à roça, mas também o questionava se estava preparado, se isso era bom, se sentia de fato no coração esta vontade e firmeza, e o questionava a cerca da verdadeira razão que o levava a conhecer a cidade. Sua mãe dizia que podia ser perigoso, podia se ferir, poderia não dar certo, mas queria vê-lo feliz, por isso abrandava sua opinião em alguns momentos, o questionava a cerca de sua maturidade e dizia para ficar e perceber o valor das coisas que já tinha, dizia também para ele escutar seu pai e não deixar de considerar o que ela falava. O irmão falava que ele estava “louco”, que era uma idéia tola, e disse para ir mesmo, pois não estava nem aí com seu irmão.
Ele decidiu ir.
Chegando à cidade ficou vislumbrado, percebeu inúmeras chances de adquirir bens. A primeira noite pousou em um hotel depois foi procurar emprego e conseguiu. Conheceu gente nova, estabilizou financeiramente, comprou casa, carro e inúmeros bens e se esqueceu da roça. Depois foi percebendo que sua vida era uma rotina só, que seus bens não completavam o que ele buscava, percebeu-se apegado ao dinheiro, escravo da rotina e de seus ricos ternos. Começou a perceber que não era aquela vida que ele realmente buscava, então começou a sentir um vazio que nunca sentira antes. Aí resolveu voltar.
No caminho de volta, relembrou tudo o que seus pais e o irmão o disseram, se sentiu um nada, e também não se sentia mais uma pessoa da roça, pois tinha muito tempo até sua partida, por isso sentiu no caminhar de volta insegurança, medo, indisposição e luto, percebeu o erro que havia cometido,mas tinha certeza que não havia outro caminho se não voltar.
Quando chegou não se sentiu bem, mas sabia que ali era seu lugar, o lugar de onde nunca deveria ter saído. No começo era difícil, teve que se habituar a fazer as coisas que antes fazia, sentia fadiga, teve que ter paciência até seu organismo acostumar com a comida e os que antes eram simples trabalhos. Mas au mesmo tempo percebia as riquezas do seu lugar, o sol, seus bichinhos, a comida saudável, todo o esplendor do lugar que antes deixara. Percebia também seu pai o aprovando, sua mãe feliz e seu irmão que nada falava. Sentiu a alegria pousando levemente e uma imensa paz tomou conta dele. Ali ele se encontrou, no lugar que não deveria ter saído.

Explicação da historia:
Quis elaborar esta história, refletindo aquilo que acontece em nossa vida interior e que não a muito também experimentei. Vou explicar os símbolos representados pelos personagens.
O pai simboliza a nossa razão, os pensamentos que questionam o lado bom e ruim de uma escolha, a razão que procura entrar em sintonia com o coração.
A mãe simboliza o coração, que sente medo, insegurança, mas que quer ser feliz, quer sentir estar tranqüilo e preparado. O “coração” onde Deus fala.
O irmão simboliza nosso lado imaturo, louco, nosso lado que não ama, que não está nem aí.
O lugar(roça) simboliza o encontro consigo mesmo, seu verdadeiro eu, sua vocação, o encontro com Deus.
A riqueza do lugar, é a espiritual, é a paz que confirma a escolha, a alegria que se apresenta. São as virtudes reconquistadas, o equilíbrio da vida.
O erro do jovem foi não se retirar no intimo de seu coração para escutar o que de fato era à vontade Deus, que no fundo era sua própria vontade.
Deuteronômio 6-3
“Tu os ouvirás, pois, ó Israel, para que sejas feliz e te multipliques copiosamente na terra que mana leite e mel, como te prometeu o Senhor, o Deus de teus pais”.
Lucas 10-9. 12-31, 32,33.
“O reino de Deus está próximo”.
“Buscai antes o reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas por acréscimo.
Não temais, pequeno rebanho, porque foi do agrado de vosso Pai dar-vos o reino.
Vendei o que possuís e dai esmolas; fazei para vós bolsas que não se gastam, um tesouro inesgotável nos céus, aonde não chega o ladrão e a traça não o destrói”.

Um Bom Cristão.

Um Bom Cristão. 9

Mas afinal, como é ser Cristão neste mundo de tantas propostas, tantos “caminhos”? Às vezes a gente não fica meio perdido nisto tudo?
Muita gente se encontra frustrada, cansados de tanta busca que parece que nunca vai ter fim. É uma esperança que deposito em alguém, é a expectativa de uma nova amizade, é alguém que me apaixono e não corresponde, é um familiar próximo que esta muito doente, é a dúvida do que vou ser profissionalmente, se vou ou não conseguir o primeiro emprego, se vou ou não casar, se vai ou não dar tudo certo, meu pai com minha mãe se dão ou não se dão bem, ninguém me compreende, estou vazio, carente, viúvo, sem sentido, às vezes sem ideal, de repente estou bem, depois estou mal...estou cansado... quero um sentido, saber para que estou aqui, quero viver cada momento intensamente, sabendo que estou vivendo plenamente, feliz, e fazendo ao meu redor pessoas felizes, quero voar, superar meus limites, quero algo além de mim mesmo, quero alegria sem limites. Mas então o que quero? Perceba que nem preciso responder, o próprio coração sabe a resposta desta pergunta. E por que o coração sabe esta resposta? Por que Ele esta aí e você sabe disto, é uma espécie de ligação paternal-maternal, Ele é nosso Criador, nosso Amor.
Mas em meio este barulho de fora e de dentro o que é ser de Deus? Aqui é um pouco mais difícil encontrarmos uma resposta exata, pois o barulho atrapalha escutar, então proponho agora a você antes de continuar lendo, dê uma respirada bem fundo... e lendo reze;

“Vem Espírito Santo, prepara meu coração para escutar-vos, pois preciso de Ti, sou amado teu, sou precioso, em nome do amor que tens por mim, te suplico, vem auxiliar meu entendimento. Amém”.

Ser de Deus, ser cristão, esta é a questão. Quero partilhar com vocês uma caminhada maravilhosa, cheia de surpresas, alegrias, consolo e esperança. Na caminhada de um cristão é preciso ter algumas características fundamentais como os ingredientes indispensáveis de um bolo, por exemplo. E é claro que em um bolo se um dos ingredientes falta, acontece de ficar meio sem gosto se não tiver açúcar, murcho se não acrescentar fermento, sem “corpo” sem volume se não tiver farinha, não fica macio e nem nutritivo se faltar ovo. É um bolo incompleto! Pois Então:

1-Um Bom cristão procura rezar, tem disciplina, encontra momentos, para que de coração, expresse seus sentimentos, seus pedidos e seu agradecimento. Também vai a missa todos os domingos.
2- Um Bom cristão procura pedir e escutar conselhos, por que tem consciência que não sabe tudo da vida. Esforça para ser educado, atencioso e atualizado. Procura ser feliz, ter amigos, levar a vida com leveza e responsabilidade.
3- Um Bom cristão sai da canção e faz da vida uma canção.
4- Um Bom cristão esforça para ser “bambu” e não “pau-brasil” – explico; diante de um vento muito forte o bambu se dobra, assim ele não se quebra, demonstrando que é humilde, reconhece seus limites e fraquezas, mas o pau-brasil se quebra, pois se permanece duro, rígido, isto é, orgulhoso e inconseqüente, não pensa no seu futuro. O bambu também perdoa, é maleável e cria uma raiz profunda.
5- Um Bom cristão lê a palavra, medita, procura praticar e escuta sempre o que diz a Igreja.
6- Um Bom cristão procura ter a consciência da partilha, lembra dos pobres e necessitados, sonha com um mundo melhor para “todos”, com menos preconceitos, discriminação e desigualdade social.
7- Um Bom cristão CRÊ, crê antes de tudo em Deus, busca fortalecer sua fé, não desiste, vai ao encontro de seu objetivo, não vive preocupado, pois sabe que há um tempo para cada coisa. Segue crendo até que isto se “encarne” em sua própria vida.
8- Um Bom cristão ADORA, reconhece seu Pai Criador, procura fazer visitas ao Santíssimo Sacramento e tem respeito pelas coisas sagradas.
9- Um Bom cristão ESPERA, tem paciência com as “demoras de Deus”, não se afasta no sofrimento, sabe que Deus em sua sabedoria prepara o melhor. Confia.
10- Um Bom cristão AMA, a ele mesmo, ao próximo, e a Deus como fonte de todo amor. Ama em decisão e atitudes.

Ser de Deus não é ser “beato” “quadrado”, nem é fugir do “mundo”, hora!! Nós somos deste mundo, e é nesta realidade que Deus nos colocou, sair dela é alienação, é “viajar na maionese”.
Somos de Deus, todos somos. Nós podemos e devemos fazer a diferença, nem melhor nem pior; diferente.
Presente em todos os lugares, mas responsável e fraterno. Assim a começar por min o mundo será melhor.

AMOR DE VERDADE.

Na ultima ceia, Jesus fala que será traído. João pergunta ao Senhor a quem ele se refere. Jesus diz que indicará o traidor através de um gesto de cortesia, o oferecimento de um pedaço de pão embebido no molho. O autor do 4º Evangelho diz que depois do pão, Satanás entrou em Judas, que deixou o ambiente fraterno da ceia. O evangelista fala que era noite. Noite em Jerusalém e noite no coração de Judas!

Mais adiante, quando Jesus diz: “Para onde vou vós não podeis ir”, Pedro reage falando: “Por que não posso seguir-te agora? Darei a minha vida por ti”. Ao que Jesus comenta: “Darás a tua vida por mim? Em verdade, em verdade, te digo: o galo não cantará sem que me renegues três vezes.”

A traição de Judas e a negação de Pedro são moralmente diferentes, mas ambas são sinais da fraqueza humana.

Ambos são levados a seguir Jesus por entusiasmo afetivo e por isso não conseguem chegar ao mistério da fé, e entender o discurso de Jesus que quando fala de sua glorificação está falando de sua morte na cruz.

Mais tarde, quando acontecer a traição e a negação, seus autores só entenderão a profundidade de suas ações quando encontrarem o olhar de Jesus. Aí o afetivo terá levado à consciência da transcendência dos fatos e proposto a fé.

Peçamos ao Senhor que aprofunde, que amadureça nosso amor por ele e pela Igreja. Que saibamos amar verdadeiramente, sem arroubos e sem receios, mas que o amemos e aos nosso irmãos apaixonadamente, como ele nos amou!

O FILHO PRÓDIGO CONTEMPORANEO.

E já me passava despercebido que eu não mais acreditava em Deus como antes, também estava passando despercebida a realidade das coisas invisíveis. O Amor não estava sobre todas as coisas, então o nome de Deus não era tão importante.
E Jesus então? Estava passando despercebido a importância Dele em minha vida: Ele em minha vida, a Vida. Filho único de Deus, único Salvador meu, a única salvação, nascido no Pai antes de tudo. Deus humano, grande Homem Divino. O Caminho e a Verdade não estavam claro para mim, mas a Luz não passou despercebida. Ele tem algo de mim, Ele é consubstancial a Deus.
Olha! Já me passava despercebido tudo ao meu redor e que por Ele todas as coisas foram feitas: as flores, os pássaros, o encontro, a vida do alcoólatra sentado na praça que sequer ofereci um olhar... Estava me passando despercebido o valor que tem para mim a missa e a missa em si com seu incomparável valor. Sabe! Eu já não guardava os domingos e as festas de guarda. As festas de preceito não eram mais santas para mim. Eu Comungava ao menos pela Páscoa da Ressurreição, mas não comungava com o irmão. Jejuava e abstinha-me de carne conforme manda a Igreja, mas também me abstinha de atos de amor e permitia a intemperança.
E Maria então? Nela, que com seu SIM encarnou através do Espírito Santo a minha salvação, Ele que se fez homem. É... Já me passava despercebido que eu não honrava a Mãe e no mesmo espírito deixava de honrar o Pai.
Eu fui perdendo minha consideração por Aquele que foi crucificado padeceu e foi sepultado. Eu estava “matando em mim” o responsável pela minha ressurreição. Aquele corpo ensangüentado na cruz pelos meus pecados estava deixando de ser sagrado para mim, então fui perdendo o respeito pelas coisas sagradas e também pelo meu corpo. Não percebia que me ludibriava o falso testemunho, o desejo desmedido e a cobiça pelas coisas alheias.
Já me passava despercebido que o amor de Deus não estava agindo em mim, então não me sentia tão amado mais. Confessar, nem ao menos uma vez ao ano. A confissão perdeu espaço em mim, sem amor, eu nem me perdoava direito.
”A benção padre!” Quanto tempo não dizia isto, eu parei de desejar uma vida abençoada. E quanto ao sacerdócio então? Deixei-me enganar por situações isoladas, noticias negativas ou fofocas; acabei generalizando e perdi a admiração pelo meu pároco, eu perdi muito. Ele que é a figura do ressuscitado.
Acho que eu estava caminhando para o nada! Aliás, caminhando não, pois estava fora do Caminho. Já me passava despercebido que a vida em abundancia não existia, estava faltando Vida. Verdade então, eu estava me enganando. A fé? Quase acabara. Mas pergunto: pode se acabar aquilo que não se tem?
Já me passava despercebido que eu não acreditava tanto como antes Naquele que Ressuscitou no terceiro dia, subiu aos céus, e que há de vir ao meu encontro, em sua glória, para me oferecer o reino que não terá fim. O paraíso, Nele eternamente. Ele que continua me amando do mesmo jeito...foi eu que mudei. Meu espírito não comungara mais com seu Espírito e assim parei de adorar e glorificar a Trindade em minhas ações de coração.
Igreja! Ah Igreja. Você me passava despercebida. Como gosto de você. Lugar do encontro. Una, santa, católica e apostólica. Acredito no batismo. Espero a minha ressurreição e a dos meus entes queridos, e com anseio quero viver já o reino de Deus.
Como pude não perceber o quanto eu não era mais realizado! Eu percebi sim, que algo me faltava. Faltava-me a mim mesmo, faltava Deus...Já me passava despercebido que eu não enxergava mais, isto por que aporta estava fechada, e no meu molho de chaves nenhuma se encaixava. Foi quando pensei; ”não esta no meu molho de chaves a que eu preciso, eu vou abrir a porta porque quero abrir a porta, necessito abri-la”. Foi então que abrindo, lá dentro me encontrei. Encontrei o que tanto procurava. E busquei em tantos lugares, estava tudo tão perto. Ali sim tudo fez sentido, ali me realizei. Encontrei “A Chave” que abre todas as portas no caminho até e para vida eterna.

LEMBRANÇAS

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SAO JOSE CAMPOS, SP, Brazil
Sou natural de Santana, São José dos Campos. Nasci no hospital Pio XII no dia 10 de julho de 1977. Estudei no Rui Dória o primeiro e o segundo grau e foi lá também que me formei técnico em contabilidade. Fiz mecânica geral no Senai Santos Dumom, tudo em Santana mesmo, deste bairro que eu tenho orgulho de ser. Também cursei teologia, teologia antropológica, teologia moral, historia da Igreja, historia da espiritualidade, sagrada escritura, Cristologia, historia da psicologia e psicologia das idades na escola teológica Maria Lucia de Oliveira.

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